O óleo de Argan, ou Argão é famoso pela sua versatilidade e efeito saciante na pele e cabelo, sendo nativo de Marrocos. É um produto derivado do fruto de uma árvore, a Argania spinosa da família Sapotaceae, endémica da região de Suz e áreas vizinhas, em Marrocos.
A Argania Spinosa nasce quase exclusivamente na região sudoeste de Marrocos, área desértica que foi declarada como património florestal mundial da humanidade. Aqui, cooperativas agrícolas femininas trabalham para, de forma hábil e responsável, obter este líquido dourado.
O óleo de Argão, apesar de ter ficado famoso pelo seu uso nos cabelos, gradualmente, tem vindo a dar o salto para os cuidados de pele e são cada vez mais as marcas a explorar os seus benefícios nas gamas de rosto e corpo. Nos últimos anos, devido à sua popularidade tornou-se ainda mais procurado e, como lembra o The Guardian, passou de um ingrediente natural proveniente da Floresta de Argan, em Marrocos, para um dos óleos mais premiados (e procurados) no mundo.
Por ser um óleo muito raro, é preciso algum cuidado na sua aquisição. Em 2010, o óleo tornou-se moda pelo mundo, fazendo a demanda explodir os preços. Contudo, muitos produtos rotulados como “óleo de argão” contêm muito pouco ou nenhum produto genuíno. O óleo precisa ser certificado, para que não haja risco de ele estar diluído em outros óleos ou então de ele ter passado por um processo errado de refinamento ou maturação, não assegurando que todos os fitonutrientes do óleo estarão presentes neste produto.
O óleo de argão tem sido utilizado em culinária, cosmética e medicina pelo povo Berbere durante séculos. Porém, na última década, o óleo de argão tornou-se um grande negócio na indústria de beleza internacional. Se levada de forma correta e ética, esta expansão pode proporcionar uma fonte sustentável de rendimentos às comunidades locais. Daí ser importante a certificação aquando da compra, pois também garante que foi extraído de forma responsável ambientalmente respeitando a tradição local.
As cooperativas agrícolas femininas é que trabalham para, de forma hábil e responsável, obter este líquido dourado. A extração é feita manualmente, apenas por mulheres, os frutos da Argania são recolhidos e os caroços são partidos para retirar o miolo, que é esmagado para extrair o óleo.
Existem atualmente cerca de 20 cooperativas agrícolas femininas. A gestão do óleo de argão é dirigida a partir daqui, com um presidente eleito por todos e um sindicato que organiza o controle de qualidade e exportação, enquanto gere a procura.
Sempre que é feita uma encomenda, esta é atribuída a um dos grupos das aldeias que produz argão. Isto assegura que cada remessa pode ser rastreada e ligada aos trabalhadores responsáveis, e torna mais fácil manter os altos standards de qualidade do produto. Além de se certificar de que o óleo produzido é da mais alta qualidade, (puro, rastreável e fresco), o sindicato também organiza sessões de formação recorrentes para cada cooperativa, para que todas possam chegar aos standards de Comércio Justo e Orgânico exigidos pela ECOCERT. Isto assegura a sua classificação de produção artesanal, bem como o pagamento justo por parte dos compradores.
O sindicato é também responsável por ajudar diretamente com iniciativas para manter o negócio sustentável e amigo do ambiente junto das comunidades locais. O governo local financiou a plantação anual de cerca de 300 hectares de rebentos de árvores por forma a proteger esta valiosa indústria para as gerações futuras e melhorar a segurança dos solos. Proteger as árvores de argão e o ecossistema em que se encontram é de primordial importância.